Entrada del blog por MAYRA LIGIA CHEMALE

Todo el mundo

Texto produzido por Roger Santos, Gilson, Miguel, Edi Flores Pinto,Israel e Mayra L.Chemale, Raul J.S.

     "Não esqueça de que não suporto você", diz Siegfried a Mime, que solicita seu amor(p.148 Dialética do Esclarecimento).Já dizia Aristótles que "a paixão que fortemente se apodera de algumas almas em todas existe, ...(p.39 Catarse e Resistência de Ronel A. da Rosa)":

     - Somos seres que temos no mais íntimos de nosso ser paixões latentes e sedentas por aflorar e temos consciência disto e, talvez, muitas vezes nos deixemos levar coletivamente por tais paixões, ou, porque aceitamos manipulações ou, porque na sede de mostrar-nos, nos livramos de nós mesmos, das nossas reflexões e deixamos que outros conduzam nossas conquistas. Todos temos memória, capacidade aprender, um nível de organização interna que podem nos ajudar a orientar nossas paixões, mas isto requer um esforço, um esforço necessário para nossa autopreservação.  

       Todavia, somos seres humanos, que termos uma história milenar e trazemos em nossa história idiossincrasias arraigadas no mais íntimo de nosso ser, que muitas vezes a desconhecemos. Vem de momentos vividos pelo homem ainda quando um barulho, um vento, um movimento percebido por ele, externo a ele podia ser um grande perigo e seus músculos retesavam, seu coração batia forte, seus cabelos ficavam em pé de tanto medo, já tentava se defender, remover obstáculos para sua preservação.

       Neste processo o homem foi se organizando, colocando suas coisas em ordem, criando e formando um ambiente próprio, livre de coisas que o podiam ameaçar de forma a expulsar e se proteger dos estranhos. Para issso provávelmente, se juntou a outros homens numa relação de confiança e proteção. Assim começa o nascimento de um grande tesouro para humanidade:

       - A civilização, vitória do homem sobre a natureza.

       Passamos esta fase de construção física da civilização e não esquecemos dos estranhos, ao contrário, fizemos estranhos à nós mesmos o próprio ser humano e esquecemos que ele é um de nós. Projetamos nele toda a hostilidade, nos armamos até os dentes para subjugá-lo, seja individualmente ou coletivamente. O homem passou a ser o maior obstáculo do homem. Criamos emboscadas, desejamos nos apropriar de sua identidade, caluniamos, inventamos e proliferamos ideias das mais estapafúrdias para subjugá-lo e, se necessário, destruí-lo.

        Quando "o estranho a nós" está próximo é mais fácil de refletir "capacidade inerente ao ser humano" em porque o outro age assim? Ou seja, imaginar o outro como um de nós. Com que finalidade ele age assim? Ou se colocar no lugar do outro, ou, reavivar o outro lado que é a confiança mútua que, talvez, um dias tenha existido. 

         Contudo, quando esta disputa é insuflada coletivamente é muito difícil esta reflexão e, então, o ser humano semelhante a nós se torna cada vez mais diferente, cada vez mais estranho, "um terremoto". Aí, neste estágio de degradação, somos mutilados para compreender e para sermos compreendidos e não há mais reconcialiação e "o amor que tu me tinhas acabou", acabou o amor, acabou a ciranda e nasce o ódio e o ódio potencializado coletivamenteé muito sério. Nascem as guerras, nascem o "anti-semitismo", nasce a destruíção.

         Mesmo neste processo civilizatório destrutivo, ainda se quisermos, podemos nos colocar uns nos lugares dos outros, porque agora os outros somos nós mesmos. Pulou, sim, de um grupo para outro, foi se alternando, mas agora está na hora de pular para toda humanidade, prestes a acontecer, pois por várias razões inócuas de purificação, que já não sabemos bem quais são o próprio ser humano está atrapalhando o "bom" andamento da civilização, porque agora somos nós o próprio sinal do perigo.Fim