Interventi Blogi di NELSON COSTA FOSSATTI

participação
di NELSON COSTA FOSSATTI - giovedì, 6 gennaio 2011, 10:46
Su tutto il web

Caminhos da Administração    

                                                                                  Prof. Dr.Nelson Costa Fossatti

 

"A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo".

Peter Drucker

                Os próximos anos sinalizam   que haverá   uma grande revolução  na  área  do comportamento  humano nas organizações. O processo de   informatização  e modernização tecnológica que    se revela  no mundo atual    é fruto de estudos e   pesquisas que foram  desenvolvidas   no  decorrer do  século  XX, legaram  a estas  organizações,   uma  das maiores   construções  do conhecimento,   a ciência da  Administração.  

                 A  arte de  realizar  os objetivos  organizacionais,   de forma eficiente eficaz e efetiva através do planejamento, organização,liderança  e controle  dos recursos  empresariais,  não foi uma construção dos deuses, mas um processo que se iniciou a mais de 100 anos.

                A ciência da  Administração  começa marcar   sua presença no cenário  mundial a partir de 1900,  período no qual   Frederick Taylor(1911)  passou a especular sobre a organização do trabalho  e desenvolver  a  “teoria da organização   científica do trabalho” . Para isto  baseou-se   no estudo de tempos e movimentos   de uma organização, permitindo assim,   operacionalizar  com maior eficiência  o desenvolvimento  do  “Ford modelo T”,  em 1908.   

  Este fato não seria tão  relevante se   não fosse possível destacar   o   tempo  de montagem  deste automóvel  que passou de 19 horas para  apenas     12 hs e 21minutos.

                Na época,  a padronização de tempos e movimentos, a especialização  de tarefas e a decomposição  do  trabalho em atos e rotinas  foi  o conhecimento que     permitiu  aumentar   a produtividade  e a racionalização  da produção. Com base nestas inferências,   Henry Ford  fez  o  cálculo mais insólito para os  dias  de hoje, verificou  que das 7882  operações  que envolviam  a montagem do Ford T,    949 tarefas  exigem pessoas  robustas,  mais   3338 homens com força física normal. As demais operações poderiam ser realizadas por mulheres  e/ou até crianças  e concluía  que entre as demais operações,   2637   poderiam ser efetuadas  por deficientes de uma perna, 715  por pessoas  sem um braço, 670 por deficientes  sem ambas pernas, 10 por deficientes visuais, dois por  pessoas   amputadas  dos dois braços, para quem leu a vida deste  empreendedor  pode reconhecer  aqui a preocupação do empresário com o processo de inclusão social.

                Segue-se Fayol (1916) Administration Industrielle et Genereale  propondo as funções da administração  planejar, organizar, gerir, prever, coordenar, comandar  e controlar,   mais tarde sintetizada  por Dale(1959) como  Planejar, Organizar, Dirigir/Liderar e Controlar. Neste período desponta    a teoria da Burocracia  de Max Weber (1947), com a padronização, processos, rotinas, estrutura, controles,  indispensáveis  no mundo da Administração. Por isso  aqueles que não conhecem  a ciência da Administração,  vezes  são levados,   por  imposição de elementos não racionais e não argumentativos,  a sugerir   a   desburocratização  das  organizações.  Aqueles  que conhecem    a teoria da Burocracia,  sabem   que o recomendado é  utilizar  as  ferramentas convenientes    de administração     fazer  a  intervenção  adequada   para  diminuir  o “ nível  de burocracia”,   jamais desburocratizar. Isto por que,  todo profissional de Administração sabe  da importância e necessidade  das Empresas  em   conviverem  com  algum processo burocrático.

                Neste período, em que  a ciência da Administração ensaia seus  primeiros passos,  o Brasil ainda  não sonhava com os  moldes de Administração  propostos   por  Taylor, Fayol   e Weber.  Enquanto  os EUA lançavam  seu primeiro automóvel,  o País, na época,  presidido por Campos Sales (1898-1902), vivia sua  fase deimportação de  manufaturados e exportação  de produtos  agrícolas,  dando  continuidade a sua atividade   extrativista  com base na produção de   algodão, açúcar, borracha , cacau , café  e   minério  de ferro.

                Keinert(2000) lembra,  que no período  de 1900-1929,  o paradigma da Administração   apresentava-se  como  ciência jurídica,  fase em que o  país viveu uma forma de Administração normativa e  legalista ,  na qual se administrava através de normas , manuais,  e no setor público a administração  era exercida   via    leis e decretos governamentais.

                A partir da década 30,   a Administração começa a se desenvolver como ciência administrativa, as escolas de administração  começam a ter  presença  a través de escolas de comércio, contabilidade  economia  caso da PUCRS em 9/11/48. 

Entretanto, cabe destacar  que  a Administração no Brasil é uma  visão de gaúcho.  Assim como em 1991, o programa de Gestão da Qualidade Total, liderado por Jorge Gerdau assume uma dimensão nacional,  na época,  em 1944,   o presidente Getúlio Vargas  cria  a Fundação Getúlio Vargas- FGV, com objetivo inicial de preparar profissionais da área de  Administração Pública para o  país.

Tal escola teve importante contágio weberiano,   onde o imperativo era a racionalização e o desenvolvimentismo  com  forte  presença    da ferramenta   APO - Administração por Objetivos,  de Peter Drucker( 1952).  A área de  Administração  foi  desenvolvendo-se  neste contexto e  somente  em 1967  a profissão de Administrador  foi regulamentada  via decreto –Lei N° 61934/67.

                É preciso reconhecer que a Ciência da Administração passou a  destacar-se   pela dedicação dos  vários cientistas da área. Cabendo citar alguns referenciais como ,  Drucker(1952)  conhecido como management  father’s,  e sua  primeira obra  The practice of Management,  Levitt(1960) com seu artigo Marketing myopia, Kotler(1967) Marketing Management , Deming(1950) com  o TQC, Argyris e Schon(1978) Learning Organizational,  Porter (1980) e a  Competitive  Strategy,  Mintzberg (1979) The Struvturing of Organizatio,   entre tantos outros   autores e teóricos.

É preciso reconhecer que  a Sociedade como um todo, o mundo dos negócios, e o  mercado  receberam  um grande presente no século XX,  a emergência  do profissional de Administração. Desta forma,  o processo de intervenção  nas organizações  passou a  contar não só   com instrumentos administrativos  eficazes   mas    por  profissionais   reconhecidos   que  sabem  aplica-los.

Pode-se afirmar que a  Administração,  como ciência ou  como atividade,  ao alcançar sua   maioridade    vem demonstrando   que   empresários,   empreendedores   de  pequenas, de médias  e grandes empresas   não podem  prescindir,    em seus  quadros de colaboradores,      de eficientes   profissionais   de   Administração.

                Nesta perspectiva,  pode-se apontar  algumas  áreas relevantes  que se fazem presentes  na  formação do profissional de Administração: Gestão de Tecnologia de Informação e Comunicação- TIC, Empreendedorismo,   Finanças,  Marketing, Recursos Humanos, Logistica, Turismo, Hotelaria. Esportes entre outras.

                 Logo,  para  a ciência da Administração é importante investir  na construção de novos  conhecimentos,  é importante investir em tecnologia, criatividade, inovação e nas pessoas. "O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas".Drucker(1991)] .Neste sentido,    prever  o futuro da  administração  nas organizações  pode ser um tempo passado,  a  Administração já  é o futuro das Organizações,  tanto  pelas áreas que atua como   pelas ferramentas de gestão que emprega. De outro lado é preciso estar vigilante  frente aos que usam de forma indevida  a qualificação de profissionais de Administração,  as vezes  se   escondem  nos guetos da informalidade  com o título pomposo de  “gestor”.  Alguns  parecem  cavaleiros  gestores, principalmente  no setor público,    atuando  como se fossem ungidos por senhores  feudais, sendo  capazes de assumir responsabilidades em nome da sociedade,  sem compromisso  com a eficácia , eficiência e efetividade das organizações por que desconhecem o conceito destas dimensões.

                É preciso desenvolver  a  cultura do  “respeito  a Organização” que  ainda continua  sendo  o  conjunto de  pessoas que trabalham juntas  de modo estruturado, que ofertam emprego, que buscam alcançar  um conjunto de objetivos  propostos, através de e um processo pré-definido. Para isto, é preciso estabelecer  metas de curto, médio e longo prazos,  adotar   linhas de ação  adequadas para   aplicação de recursos  e  alcançar   tais  metas. Neste sentido, busca-se  desenvolver novas  competências ou seja apropriar-se de   um elenco  de habilidades e tecnologias   que permitam   a organização se diferenciar junto aos seus clientes e a sociedade. 

                Atualmente,  o espaço da Administração  tem diante de si , os  setores  privado, público e públicos não estatais, apontando  um  grande desafio  aos seus profissionais.  É necessário  uma permanente vigilância epistemológica,  o conhecimento só se constrói  e se desenvolve com  o hábito da pesquisa,  dos fóruns,  dos seminários, dos cursos de  pós-graduações, mestrados, MBA’s,   enfim  de uma   educação continuada.

 Está em curso,  uma grande caminhada na atividade de Administrador  quem sabe através   do planejamento e  da  avaliação do  comportamento das  organizações seja possível   dizer como grande tribuno Cícero em  sua obra  “As Catilinárias”, Nihil agis ,nihil moliris, nihil cogitas, quod ego non modo non audiam sed etiam non videam que sentiam plane”.           

Ou seja  Nada farás, nada  desenvolverás, nada poderás pensar,  sem que eu,  não só ouça, mas também não veja  e perceba integralmente”.O que  significa dizer   é preciso ficar  atentos  as grandes  mudanças   que estão  a caminho. Presente ou não, a ciência da Administração  deve perceber que  vislumbra-se  uma  nova  ruptura tecnológica,   capaz despertar  novos interesses,  apontar para novos saberes, quem sabe conviver com uma nova   e- topia , mas acima de tudo promovendo   as  relações entre  os homens e as organizações.  Prof.Nelson Fossatti